O Senhor ministro das Infraestruturas, Dr. Pedro Nuno Santos, lamentou o estilo “desrespeitoso e ofensivo” com o líder do PSD, Dr. Luís Montenegro, se referiu à sua pessoa.
Ao ter sido confrontado com as declarações do Dr. Luís Montenegro, que, na quinta-feira, tinha dito que não reconhecia ao ministro das Infraestruturas autoridade política para intervir no diálogo sobre o novo aeroporto, o Senhor ministro esclareceu, para quem não é versado nestas coisas da política, que “não é o líder do PSD que me confere, ou não, autoridade política. Quem me confere autoridade política é o primeiro-ministro”...
O Senhor ministro, Dr. Pedro Nuno Santos, tem que entender uma vez por todas que, em política, actos e omissões pagam-se caro! Não podemos protagonizar um acto inédito nos 48 anos que levamos de democracia, a saber, de um ministro ter um seu despacho revogado, e achar que “tudo como dantes, quartel-general em Abrantes”...
Conviria que alguém recordasse ao desmemoriado Senhor ministro, Dr. Pedro Nuno Santos, que ele, aproveitando a ausência do Senhor Primeiro-Ministro no exterior, o qual, entretanto, viria a confessar que "não sabia da existência daquele despacho", anunciava pomposamente perante um país incrédulo a sua decisão sobre a futura resposta aeroportuária de Lisboa, a qual previa o desenvolvimento no curto prazo de um aeroporto complementar no Montijo, seguido da construção de um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete. Mais, gabando-se de não ter informado previamente, Sua Excelência, o Presidente da República (para quê?), nem tão pouco consultado o maior partido da oposição, o PSD...
Bravo! O que o Senhor ministro pensa é que Portugal carece de homens desta tempera, ou seja, sem noção de valores democráticos ou sem qualquer sentido ético e de lealdade institucional. Às urtigas, valores como a urbanidade e o respeito pelas outras instituições da República...
Last but not least, quando se esperava que fizesse a única coisa decente que lhe restava fazer, ao ser conhecido o comunicado do Primeiro-Ministro que o desautorizava, nomeadamente dizendo "compete ao primeiro-ministro garantir a unidade, credibilidade e colegialidade da ação governativa" ou "o primeiro-ministro reafirma que a solução tem de ser negociada e consensualizada com a oposição, em particular com o principal partido da oposição, e, em circunstância alguma, sem a devida informação prévia ao senhor Presidente da República" eis que o Senhor ministro das Infraestruturas, Dr. Pedro Nuno Santos, não só não se demite como ainda vem dizer que tudo se deveu a um "erro" seu de comunicação e de "articulação política".
Há uns anos alguém me disse que tem algumas pessoas a quem a palavra antecede o pensamento e sabem apenas o que pensam depois de terem ouvido aquilo que dizem. Não sei, com toda a franqueza, porque é que agora me lembrei disto!?