Aproveitando, ontem, a presença dos jornalistas que faziam a cobertura do 50º aniversário do Semanário “Expresso”, que decorreu na Fundação Champalimaud, em Lisboa, o Senhor Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, aproveitou a ocasião para anunciar ao País que concedia mais um ano ao líder do Partido Socialista, Dr. António Costa, para salvar esta legislatura.
O Presidente da República referiu que já tinha assumido esta posição recentemente, perante "um crescendo nalguns setores da opinião pública portuguesa no sentido de uma visão crítica culminando inevitavelmente nessa escalada para a dissolução".
E salientou que "Não, não contem comigo com isso. Portanto, é melhor à partida não contarem. Contam comigo para ter o mesmo comportamento institucional que tive durante sete anos".
E para que não fiquem mesmo dúvidas nenhumas, disse ainda:
"O Presidente da República, perante aquilo que parecia para muitos um coro de críticas em relação à governação apontando quase para a dissolução, disse: não, não contem com a dissolução. Agora, é fundamental que o Governo governe e governe bem”
Fico boquiaberto! Que mais será necessário acontecer? Um segundo “terramoto de 1755”, porventura? Talvez o Dom Afonso Henriques voltar a bater na Dona Tareja?
Questionado se a Senhora ministra da Agricultura e Alimentação, Dra. Maria do Céu Antunes, tem condições para se manter, ou não, em funções, o Presidente da República respondeu;
"Quanto ao ponto específico que me pergunta, eu penso que é uma questão ultrapassada".
Mais;
"A senhora secretária de Estado [da Agricultura] entendeu que havia razões políticas que justificavam o pedido de exoneração do cargo, que pediu. Portanto esse é um juízo que só cada qual pode fazer", disse, referindo que cada governante pode fazer esse juízo "a qualquer momento: quando entra, durante o exercício".
Já quando questionado pelos jornalistas sobre como avaliava a situação da Senhora ministra da Agricultura e Alimentação, Dra. Maria do Céu Antunes, o Chefe de Estado deu a mesmíssima resposta:
"Essa matéria, é uma matéria ultrapassada, rigorosamente. A senhora secretária de Estado pediu a exoneração da função".
O Senhor Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa ressalvou que "verdadeiramente juiz decisivo daquilo que é o seu futuro político é cada membro do Governo".
“Je suis bouches bée “...
"Cada membro do Governo, em cada momento, é livre de fazer a sua apreciação: eu tenho mais condições positivas ou mais limitações por natureza negativas para o exercício da função? Isso é uma decisão livre. Aqui foi da senhora secretária de Estado, não foi da ministra", acrescentou.
Posto isto, gostaria de recordar aqui que;
1. ainda a 5 de Dezembro de 2021, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, apesar do apoio praticamente incondicional que dispensou à “geringonça”, decretou a a dissolução da Assembleia da República e convocou eleições antecipadas.
2. Com este acto MRS tornou-se o quinto Presidente da República consecutivo a utilizar este poder constitucional, ao qual, até agora, nenhum dos eleitos em democracia deixou de recorrer, a saber, General Ramalho Eanes dissolveu o parlamento três vezes, Dr. Mário Soares uma, Dr. Jorge Sampaio duas e Prof. Doutor Cavaco Silva uma.
3. Mas, se por um lado pudemos assistir a um Chefe de Estado cauteloso e prudente, que opta antes por nos manter no pântano socialista que arrasta Portugal para a pobreza , que se limita a aproveitar e a gerir a miséria e que, em percentagem da média da União Europeia e no indicador de Produto Interno Bruto (PIB) "per capita" em paridades de poder de compra tem a Roménia a aproximar-se velozmente do nível de Portugal (entre a diminuição e a estagnação) até à ultrapassagem estimada para o ano de 2024.
4. O que importa, afinal, para o actual Chefe de Estado, é que se preserve esse valor maior da democracia, ao qual, segundo ele todos outros se devem submeter e que se chama; estabilidade!
Valha-nos ao menos o lado reinadio de Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, que mesmo à saída da comemoração, demonstrou-o – uma vez mais – e deu vários "passou-bem" à Marcelo dignos de uma criança de sete anos... perdão, do ex-Presidente Donald Trump...