Fui ver, ontem, ao Teatro Villaret, “Uma Casa de Bonecas”, uma peça da autoria do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, que retrata os convencionalismos sociais e a hipocrisia presente no final do século XIX, nomeadamente o patriarcado; foi escrita em 1879 e cuja tradução é de Miguel Graça, a dramaturgia de João de Brito e Miguel Graça; e a encenação de João de Brito.
Toda a narrativa decorre na casa da família Helmer, durante o período Natalício. A personagem principal é Nora Helmer, aqui interpretada magistralmente por Madalena Almeida, que é a mulher de Torvald Helmer, que é interpretado de forma sublime por José Mata; Nora tem um comportamento bastante avançado para a época, uma vez que acaba por quebrar alguns dos paradigmas do que era suposto ser uma mulher nessa altura.
A estética da peça segue uma proposta realista, uma narrativa lenta, mas que acompanha o tempo psicológico. Descrições com finalidade de captar a realidade de uma forma fidedigna, bem como os sentimentos, sobretudo o amor, subordinados aos interesses sociais. Ibsen mostra de uma forma que eu adjetivaria de “nua e crua” a realidade de uma época.
Last but not the least, um grande aplauso para o restante elenco, constituído por Bruno Bernardo, Diana Nicolau, Inês Ferreira da Silva e Luís Lobão, vão todos muitíssimo bem.
Bravo!
Post Scriptum: É preciso fazer mais, mas muito mais, pela Cultura em geral e pelo Teatro em Portugal. Tem toda a minha solidariedade!