FORÇA, FORÇA COMPANHEIRO VASCO

Hoje fiquei atónito ao ler na imprensa que o Edil Carlos Moedas aceita que a CML contribua para a criação de um monumento ao General Vasco Gonçalves... é preciso descaramento!

Recordo que o Senhor General Vasco Gonçalves foi Primeiro-Ministro de Governos Provisórios, entre 18 de julho de 1974 e 10 de setembro de 1975, em cuja governação e a pretexto de uma alegada “intentona reaccionária” (adoro voltar a usar a terminologia da época) se baseou para radicalizar o Processo Revolucionário em Curso (PREC), apoiando-se no Comando Operacional do Continente (COPCON), que era a ala militar revolucionária, comandada pelo Tenente-Coronel Otelo Saraiva de Carvalho (então graduado em Brigadeiro-General), "son compagnon de route"... já nem vou falar aqui das FP 25 de Abril.

Logo após este “alegado golpe falhado” (?), os bancos são nacionalizados, bem como as seguradoras e, por arrasto, a Companhia dos Tabacos, a CUF, a Lisnave e outras grandes empresas. Este período, que ficou conhecido como “Verão Quente de 75” será para sempre recordada pelas infames nacionalizações, a par das ocupações selvagens das propriedades a que prosaicamente a esquerda chamará de “Reforma Agrária”.

Estas decisões emblemáticas do “gonçalvismo”, ainda hoje recordadas com saudosismo pelos comunistas e pela extrema-esquerda, muito contribuíram para a destruição de todo um tecido empresarial existente à época em Portugal, para a fuga de capitais, bem como de prestigiados académicos conotados com o anterior regime e que foram saneados das suas Universidades, qual Revolução Cultural Maoista.

Recordo ainda o Senhor Tenente-Coronel Otelo Saraiva de Carvalho, o tal comandante do COPCON, a dita ala militar revolucionária de Abril, que ao desembarcar em Lisboa, vindo de Cuba, no dia 30 de Julho de 1975, entusiasmado com as lições que certamente recebera do Comandante Fidel Castro, disse: “Fascistas para o Campo Pequeno”; frase com que deixou no ar a ameaça de vir a fuzilar todos quantos se opusessem ao processo revolucionário em curso.

I finish this trip down memory lane, com uma menção às barricadas, montadas nas entradas de Lisboa, por milícias populares armadas de G-3’s distribuídas pelo MFA e que arbitrariamente revistavam tudo e todos, e onde eu, nas Portas de Benfica, na altura com 14 anos, assisti ao meu Pai, esse “perigoso fascista”, ser sovado por ter a distinta lata de possuir e de conduzir um Peugeot 304 Sedan de cor preta... bons velhos tempos aqueles!