Declaração prévia: Já aqui o disse e volto a repetir; nunca votei, não voto e nunca votarei “CHEGA”. Agora, acho por demais curioso este empenho que a esquerda tem na "defesa da democracia e da liberdade" mas que no fundo se traduz no... meu voto vale mais do que o teu!?
Contextualizando, hoje, na sequência de uma intervenção em que o Deputado André Ventura apresentava um projeto de lei do “CHEGA”, ele fez uma diferenciação entre os imigrantes e os portugueses que “trabalham, pagam impostos” e “sustentam os que cá estão e não querem fazer nada”... eis que é admoestado, qual mestre escola, pelo Presidente da Assembleia da República, Prof. Doutor Augusto Santos Silva.
Gerou-se um momento de tensão com a apresentação de um pedido de protesto por parte do líder do “CHEGA”, a que se seguiu mais uma intervenção do Prof. Doutor Santos Silva.
Eis senão quando, a meio da intervenção, toda a bancada do “CHEGA” abandonou o hemiciclo e deixou o Presidente da Assembleia da República literalmente a falar “p’ró boneco”.
Seguramente por falha minha, reconhecendo desde já não ter a mesma capacidade intelectual do distinto Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, mas não consigo encontrar na intervenção do Prof. Doutor André Ventura algum ataque a “todos aqueles que residem e trabalham em Portugal, sejam portugueses ou estrangeiros”...
Pelo contrário, salvo o devido respeito, o que eu encontro, isso sim, foi uma contundente e pertinente crítica a todos quantos, sejam eles portugueses ou não, que vivem à custa de subsídios, contribuindo assim para a insustentabilidade do nosso Estado Social.
Logo, não alcancei a intempestividade da intervenção do Senhor Presidente da Assembleia da República, a não ser que inserida num contexto de inadmissível e censurável dualidade de critério (o que já é costumaz) face à representatividade dos 399.510 (trezentos e noventa e nove mil quinhentos e dez) votos dos portugueses que elegerem os 12 deputados do “CHEGA” para o corrente mandato.
Assim, tanto quanto eu saiba, apesar das tentativas fúteis da Senhora Embaixadora Ana Gomes, o Tribunal Constitucional ainda não ilegalizou o partido do Doutor André Ventura; mais, a Assembleia da República deveria ser, por excelência, um fórum para o debate de propostas quanto à imigração para o nosso país e não o local da mera aclamação do “dictum factum” da vontade do Dr. António Costa.
Em suma, "adoro" esta dualidade de critérios destes autodenominados “democratas"...