Regressado, ontem, a Portugal eis que sou surpreendido com uma polémica em torno da atriz Rita Pereira (artista de cuja carreia não sou particular fã) só porque esta resolveu pentear o seu cabelo com umas tranças.
Logo vieram os novos vigilantes “woke” (já cá faltavam as versões tugas do Prince Harry) acusá-la de - imagine-se – “apropriação cultural” porque, segundo estes “wannabe” de Tomás de Torquemada, o dito penteado estará classificado como sendo de “inspiração africana”...
Segundo esta gente a "apropriação cultural" ocorre quando uma cultura adopta elementos específicos de uma outra (qual cultura?). Estes elementos poderão traduzir-se em ideias, símbolos, artefactos, imagens, sons, objetos, formas ou aspectos comportamentais que, uma vez removidos dos seus contextos culturais originais, podem assumir significados muito diferentes dos originais. Acho fantástico!!!
Chocam-me os ataques vis sistemáticos desferidos contra os ocidentais em geral e contra os Portugueses em particular, muitas vezes oriundos daqueles que vieram das ex-províncias ultramarinas ou do Brasil e que cá estão beneficiando da hospitalidade proporcionada pelo povo português. Chamados pobres e mal agradecidos!
Aproveitam a sua permanência em solo luso para atentar contra a dignidade da Pátria ao tentar reescrever (quase sempre mal) a nossa História.
Esta nova reedição da guarda vermelha maoista, que agora surge com o movimento “woke”, nada mais é do que uma cambada de puritanos trauliteiros e de racistas pseudointelectuais conotados com partidos ou movimentos sociais de esquerda que não conseguem aceitar aqueles que pensam de forma diferente da deles... temos pena!
Por onde tem passado (vg EUA e Brasil) tudo o que se tem conseguido tem sido crispação social e ambientes de animosidade inter-racial que anteriormente não existiam!
Entretanto Portugal estagna nos rankings internacionais, como foi disso exemplo o cálculo da ONU para o Índice de Desenvolvimento Humano, publicado já em 2022, em que o ficou classificado mais uma vez em 38º entre os 189 países analisados.
(fonte: https://hdr.undp.org/ 22/07/21)
Está manifestamente perigosa esta submissão duma certa elite das antigas províncias ultramarinas tendencialmente conotada com a esquerda a uma máscara de justiça e duma alegada luta pela igualdade decretada por minorias privilegiadas que se auto proclamam “oprimidas” e conseguem-no através dum processo de silenciamento daquilo que não lhes agrada e/ou daquilo que não lhes é percecionado.
Pior ainda quando isto acontece devido às interpretações erradas e, estas sim, verdadeiramente opressoras, homofóbicas, xenófobas e/ou racistas.
Tudo, mas mesmo tudo, aquilo que hoje em dia dizemos ou fazemos é alvo de escrutínio por parte de quem nos segue, nomeadamente através das redes sociais. A polémica, a insurgência e as pessoas ofendidas estão ali para nos lançarem às novas fogueiras do Santo Ofício do politicamente-correcto quais Torquemada em versão 2.0.
Interpretemos, pois, a contrário, o conceito de “apropriação cultural” e poder-nos-íamos questionar onde é que estes jovens Umbundu, Kimbundu, Kikongu, Tchokwe, Fiote, Kwanyama e Nhaneca ou Zulus, Chopes, Cundas, Macondes, Macuas e Xonas ou Bijagós, Dúlas, Fulas, Mandingas, Sossos ou então Crioulos adquiriram os seus IPhones ou Macintoshs ou se a Nike ou a New Balance são agora marcas de sportswear subsaarianas?
Mais, quando apreenderam os conceitos filosóficos de Platão, Schopenhauer, Marx ou Nietzsche nas universidades europeias logicamente que não estariamos a falar da tal da "apropriação cultural" porque, segundo entendo bem, "this is a one-way concept"...
Caso contrário o que dizermos da Nona Sinfonia de Beethoven? E do conceito de Franck-Hertz que alegadamente favoreceu o modelo atômico de Niels Bohr... pois assim fica meio difícil saber se falamos, ou não, de apropriação cultural... ou será só quando nos convém?
Já os Mercedes-Benz G, Rolls-Royce Phantom, Ferraris 812 GTS e Lamborginis Huracan que ornamentam, hoje, as garagens dos candidatos a tiranetes africanos... obviamente, nada tem a ver com esta discussão! Vamos, pois, cingir o debate a penteados, caso contrário é a loucura!?
Termino, recordando as Matronas Romanas do século II AD ou até as Shieldmaiden Vikings do século VIII que, quais plagiadoras, também já ousavam à época (descaradas) a dita da “apropriação cultural” porque também elas tinham arranjos capilares em tudo semelhantes aos da atriz portuguesa Rita Pereira...
Pater, dimitte illis: non enim sciunt quid faciunt
(Luc. 23, 34)