Numa altura em que no plano nacional mais de 50 concelhos, em oito distritos portugueses, se encontram em perigo máximo de incêndio, em que a subida da inflação para 9,1% e os juros baixos leva com que os portugueses "percam" €16,6 mil milhões nos depósitos que tinham nas instituições bancárias, em que o Presidente do Chega, Prof. Doutor André Ventura, anuncia pela enésima vez que vai apresentar uma moção de confiança à sua liderança. Eu não tenho memória de ter alguma vez visto um líder partidário, em Portugal, com esta necessidade de, a cada dois meses, ver reafirmada a sua legitimidade à frente do partido por forma a "calar" as oposições internas... mas ele lá saberá!
Já no plano internacional fica marcado com o Presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, a queixar-se que, na última sexta-feira, dia 26 de agosto, foi destratado em comparação aos seus adversários politicos, num debate que teve lugar no Jornal Nacional da Rede Globo, telejornal com a maior audiência do Brasil, insinuando que tal ocorreu porque o seu Governo cortou as verbas publicitárias à Globo.
Na minha modesta opinião, mas que sei eu, talvez se o Presidente Jair Bolsonaro, logo no dia 1 de janeiro de 2018, após ter tomado posse, se se tivesse concentrado em cumprir aquilo que havia prometido à sua base eleitoral; se não tivesse antagonizado, desde o primeiro dia, todos os seus aliados políticos, desbaratando assim apoios valiosos, quer no Congresso Nacional, quer em termos Estaduais e/ou Municipais; se não tivesse afrontado, de forma tantas vezes gratuita e boçal, a comunicação social; se não tivesse isolado o Brasil no panorama externo, transformando, hoje, os brasileiros num grupo de párias quando outrora eram cidadãos de um país respeitado por toda a Comunidade Internacional; se tivesse tido a preocupação em conter a pandemia do SARS-Cov-2 por forma a evitar que 670k brasileiros tivessem morrido em vez de insistir no tratamento da doença com cloroquina e mostrando mais empatia por todos aqueles que sofriam com o flagelo da pandemia de Covid-19; se não tivesse feito tábua rasa das normas ambientais que protegem a Amazónia e os povos indígenas que nela habitam; em suma se se tivesse preocupado mais com a nação brasileira, mostrado mais empatia pelos brasileiros, se fosse um pouco menos preconceituoso e tivesse feito menos passeios de mota e governado mais, talvez, hoje, as entrevistas fossem um pouco mais “simpáticas”.
Mas, no meio de tanta mundanidade que nos rodeia (a meu ver mal) e que nos faz sentir que é a única coisa relevante nas nossas vidas, não nos sobra muito tempo para a espiritualidade, para a fé e para a meditação. Vivemos no mundo de stress em que o materialismo impera.
Quem me conhece, e para mais sendo catequista na Paróquia de Cascais, sabe que costumo dizer, em tom de provocação, desconhecer o significado do que é ser-se “católico não praticante”...
Obviamente que sei que se trata um termo informal utilizado para definir todos aqueles que, apesar de terem sido baptizados se autodeclararam católicos, mas que não praticam os preceitos religiosos na sua plenitude, ou seja, não vão à missa (a não ser em casamentos ou batizados), não se confessam, não comungam, não participam em nenhum acto das comunidades católicas em que se inserem. Trata-se de uma categoria émica de identificação. Mas, sobra-lhes tempo para ir ao estádio da Luz assistir ao jogo do SLB (quem diz SLB, diz SCP ou FCP) que também é outro tipo de “religião”... enfim!
Ontem, a Procissão de Nossa Senhora do Mar, depois de uma interrupção forçada de dois anos por causa da pandemia de Covid-19, voltou, dia 28 de agosto, às ruas de Cascais, com mostras de uma enorme alegria e devoção por parte dos Cascalenses que acorreram aos milhares para acompanhar e/ou para assistir, assim como os inúmeros turistas que não resistiram à já habitual foto de ocasião... very typical indeed.
Esta procissão, em Honra da Nossa Senhora dos Navegantes, a padroeira dos pescadores, marca anualmente o dia 28 de agosto, que nos seus barcos engalanados transportam por mar as imagens de Nossa Senhora até á Guia, numa festa que revela bem a fé de todos aqueles que, em Cascais, desde reis a pescadores, tem devoção por Nossa Senhora.
De recordar que em 2023 se vai realizar, em Portugal, as Jornadas Mundiais da Juventude e que Cascais já se começou a preparar para a recepção dos milhares de jovens que irão passar pela nossa Vila.
Este ano a Procissão de Nossa Senhora do Mar foi presidida pelo Reverendo Pe. Lourenço Lino (recentemente ordenado) e também foi acompanhada pelo Senhor Prior, Revendo Pe. Nuno Coelho e pelo Reverendo Pe. João Paulo.
Foram muitos os que participaram e acompanharam a procissão e que manifestaram quer a sua fé, quer a sua saudade por esta tradição da nossa Paróquia e que rezaram à Mãe do Céu, com alegria e carinho, nomeadamente o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Dr. Carlos Carreiras, o Senhor Vice-Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Dr. Miguel Pinto Luz, o Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Cascais, Dr. Pedro da Mota Soares, o Senhor Presidente da União das Freguesias de Cascais e Estoril, Dr. Pedro Morais Soares e a Senhora Membro do Executivo da União das Freguesias de Cascais e Estoril, a escritora Maria Gabriela de Viterbo Pitta Gouveia.
Avé Maria, cheia de graça,
o Senhor é convosco,
bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós pecadores,
agora e na hora da nossa morte. Ámen
Foto de Leonor Rosado