Infelizmente, para nós portugueses, temos um governo que se tem revelado incapaz e impreparado, sem alento para meter ordem no "regabofe" que grassa no país, nomeadamente na saúde, na proteção civil e nos gabinetes ministeriais...
E que não se diga que não é por falta de condições governativas... o Senhor primeiro-ministro, Dr. António Costa, dispõe de uma maioria absoluta na Assembleia da República a apoiá-lo; do Senhor Presidente da Assembleia da República, Prof. Doutor Augusto Santos Silva, que já deu provas amiúde de ter uma interpretação assaz sui generis da norma regimental (aplica-a conforme mais lhe convém) e, por fim, de (último reforço do Partido Socialista) Sua Excelência o Senhor Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, cujo cognome é “the blotting paper’s maker”...
Vivemos um PREC 2 onde a contenção orçamental, o pudor, o sentido de Estado e a ética são conceitos absolutamente desconhecidos.
Neste momento estamos na “silly season”, mas, daqui a algumas semanas iremos retomar o nosso dia-a-dia atordoados com a nossa incapacidade colectiva que dura já há 48 anos...
Caramba!
Albert Einstein disse brilhantemente que: “insanidade é fazer repetidamente sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.
De acordo com os números revelados, na passada quinta-feira, dia 18 de agosto, pela Ordem dos Enfermeiros, mais de 6.500 enfermeiros pediram escusa de responsabilidade, alegando na sua maioria a degradação dos serviços, sobretudo pela falta de enfermeiros, o que leva ao incumprimento das dotações seguras, pondo em causa a qualidade e segurança dos cuidados prestados.
Citando estudos internacionais, a Ordem dos Enfermeiros refere que “por cada doente a mais a cargo de um enfermeiro a mortalidade sobe 7% nos hospitais”.
Acresce ainda que, ontem, dia 19 de agosto, mais de 400 médicos internos de Medicina Interna comunicaram a indisponibilidade para realizar mais 150 horas extraordinárias por ano numa carta aberta à Senhora ministra da Saúde, Doutora Marta Temido, na qual também exigiam melhores condições de trabalho e acções formativas.
Esta carta foi assinada por 416 dos 1.061 internos da especialidade de Medicina interna de todo o país, segundo o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que a divulgou e se solidariza com os médicos.
Interrogo-me se quando já não houver mais ninguém disposto a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde, se o governo tenciona voltar a organizar uma nova Final da Champions, em Lisboa, como "prémio aos profissionais de saúde"?
Na minha modesta opinião não se augura nada de bom no sector da saúde deste país, mas como diria o poeta, “a culpa, essa, é do Passos Coelho!”